21/05/2009

a metamorfose

diante de mundo rápido
tempo estremece
não há tempo para vertigens
movimentos
soluços
revoltas

seus olhos ardem
não compreendes as razões
há mercúrio letal
em tuas veias
em tuas artérias
mercadores
marcam tua carne
mostram-na
avaliam-na

você compra diariamente
consome
vício inadiável
pacto ancestral
gosto de carne
ferro aço
naves de alumínio
(nunca voaste)

trazes
alma volátil
peso absurdo
se desfaz em mil folhetos

dia a dia
gota a gota
você não percebe
não discrimina
o homem da maqui-máscara
a fruta da massa plástica

e qualquer dia
você vai correndo
pela rua
em becos
e bueiros
e te chamarão...
rato rato
rato rato

carlos ernesto (flutuais)

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