19/09/2010

peitar a hipocrisia e a corrupção - a batalha de 2010 (3)

Como disse  no texto abaixo, não se trata de defender incondicionalmente Lula, o PT e Dilma. Afinal, já está mais que na hora de colocar algumas situações em pratos limpos.

Se de fato a ex-ministra Erenice Guerra, em sua passagem pela Casa Civil, praticou, deixou praticar ou não soube conter as safadezas com a coisa pública, que a mídia calhorda e sem credibilidade vem lhe imputando, que essa ex- seja relegada ao ostracismo e que seja devida e legalmente punida, na parte de responsabilidade que lhe couber.

O que não dá mais é o PT, Lula e Dilma comprometerem o avanço da luta popular no Brasil. Hoje estão á frente dessa luta, estão no governo, mas não chegaram lá sozinhos, não surgiram do nada, há toda uma história, toda uma trajetória de lutas e resistências por detrás dos dois mandatos de Lula e do eventual mandato de Dilma.

Por isso é que não podem se dar ao luxo de comprometer a credibilidade desses governos do PT. Se assim o fizerem estarão comprometendo, por muito tempo, a credibibilidade da prória luta popular, depois de anos de árduas batalhas. Os mandatos nãom lhes pertencem, pertencem à luta popular.
PT, Lula e Dilma precisam de uma vez por todas enfrentar esses problemas de suposta corrupção apontados pela mídia. Chegará um momento em que não vai dar mais para as camadas populares e os setores médios serem condescendentes com o argumento da governabilidade.
Ou seja, como o país ainda está num processo de transição, rumo a uma real democracia popular ainda teríamos que conviver por algum tempo - em razão da necessária política de alianças com os setores da velha ordem - com práticas condenáveis na gestão da coisa pública.
Ora, essa argumentação teve que ser aceita durante algum tempo. Agora não dá mais, mesmo porque isso servirá cada vez mais de munição para os inimigos da luta popular e para a sua mídia calhorda. Assim, na verdade é até mesmo uma questão de sobrevivência para Lula e o PT resgatarem aquela postura ética que sempre marcou o PT e que lhe granjeou grande parte da simpatia que conquistou entre as camadas médias e populares.
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Enfim, ou Lula, Dilma e o PT se reafirmam como símbolo da transparência e da moralidade com a coisa pública, ou servirão cada vez mais de alvo para a mídia calhorda e hipócrita. E, nesse caso, se não se colocar um paradeiro nessas denúncias ou naquilo que as motiva, talvez chegue um tempo em que, para fazer justiça a essa mídia, não mais poderemos chamá-la de mídia calhorda e hipócrita.

Por outro lado, se fizerem o seu papel, Lula e o PT certamente terão o direito e a obrigação de uma outra tarefa: a de enfrentar e corrigir publicamente os execessos hipócritas dessa mídia, caso eles continuem a ocorrer.
Nesse caso, não haverá como fugir do bom combate. Lula e o PT terão que peitar essa estruturas de poder representadas pela mídia, tal com vêm fazendo alguns governantes da América Latina, principalmente Chavez na Venezuela, Cristina Kirchner na Argentina.

Na verdade, para alguns jornalistas (veja texto de Rodrigo Viana, já indicado por aqui) Lula perdeu várias oportunidade de combater esses excessos da mída, e hoje estaria pagando o preço dessa indecisão ou omissão.
Pode até ser que os excessos sejam fruto dessa omissão, mas isso não isenta Lula, o PT e Dilma de também cumprirem a sua tarefa de se resgatarem enquanto símbolo de transparência, moralidade e rigor com a coisa pública.

Chega um momento em que não dá para desqualificar todas acusações como sendo atitudes udenistas, lacerdistas, golpistas e por aí vai. Afinal, quem exige esse respeito, rigor e transparência é a luta popular e não as hipócritas mídias dos inimigos da luta popular.

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