26/09/2011

a longa greve em minas: convocação e desabafo

Para além de um desabafo, o texto abaixo é uma verdadeira convocação à luta e à resistência, feita pelo professor Leandro Azevedo, da rede pública estadual de Minas Gerais, cujos profissionais estão em greve há mais de cem dias. Vale a sua publicação e a sua leitura, pela contundente espontaneidade:

Senhores e senhoras professores!!!!
Nós não voltaremos para as salas de aula.
Podem me substituir, me mandar embora , me ameaçar, mais a minha alma esse Demônio do Anastásia não compra.
Vergonhoso é a permanencia dos senhores e senhoras "professores" que INSISTEM em permanecer dentro de sala de aula em pleno estado de Greve e em tempos de Guerra.
Estamos trabalhando forte pela aplicação da Lei do Piso Nacional da Educação nesse Estado.
Muitos de nós estão em Greve de fome, acorrentados e dormindo nas entradas de garagem da Assembléia Legislativa de MG e na porta dos gabinetes dos Deputados Estaduais.
Como diria o nosso EX: vice-presidente da República José Alencar, o cancer pode me tirar a vida, mais jamais a minha HONRA.

Sou verdadeiramente PROFESSOR DE HISTÓRIA DO IEMG com muito orgulho e muita HONRA.
Vou lutar pelo meu filho, pelos meus alunos e pelos verdadeiros professores e professoras desse Estado de Minas Gerais.
FAÇO MINHAS AS PALAVRAS DE Martin Luther King:
"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." Martin Luther King.
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E, depois de se acoorentarem, outra forma  de resistência em Minas está sendo a greve de fome. De fato, está se tornando histórico e exemplar esse movimento dos professores mineiros:

Educadores iniciam greve de fome
Dois educadores da rede estadual de ensino e membros da diretoria estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores/as em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) deram início hoje (19/09), às 16h30, a uma greve de fome por tempo indeterminado. Os educadores, Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo, estão alojados na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), na porta do gabinete do 1º secretário da Mesa da ALMG, deputado Dilzon Melo e vão permanecer em greve de fome até que seja estabelecido um processo de negociação com o Governo do Estado, com vistas ao pagamento do Piso Salarial.

(ambos os textos enviados através de email pelo professor Eudes de Souza)

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