23/11/2011

atentos aos sinais da barbárie

Essa seleção de textos vai como breve radiografia das dificuldades e das complexidades que envolvem o atual sistema social e conômico. É fundamental para os movimentos Ocupa acompanhar e entender as contradições que vem aflorando violentamente neste sitema, principalmente aquilo que se passa na Europa.
Afinal, mesmo numa análise não muito profunda, pode-se perceber que todas essas contradições e crises estão num caminho sem volta. Não se trata de ideologia ou de desejo subjetivo. É de fato uma situação extrema, que talvez venha a provocar uma tentativa de solução extrema por parte dos atuais comandantes do sistema capitalista, ou seja, guerra planetária, seguida de uma tentativa de governança mundial, de um estado policialesco maquiado por seduções tecnológicas e consumistas.

Aqui, Fernando Canzian dá bem uma idéia da encrenca em que estão metidos os comandantes europeus:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/1008083-vai-ou-racha-na-europa.shtml

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Gilson Caroni faz um alerta bem explícito contra  a possibilidade da retomada gradual do poder pelos fascistas e da possibilidade da guerra: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5309. Repare-se no referência feita à força das ruas neste trecho:
"Os ensaios fascistas, que se alastram perigosamente em escala mundial, precisam ser detidos e só serão evitados com o movimento de protesto de milhões de pessoas e governos progressistas, unidos com um único objetivo: banir as guerras, banir as armas de extermínio, impondo, pela força dos povos, a paz e o desarmamento. A luta contra o ventre que pariu inúmeras Bestas é cada vez mais um confronto contra a lógica capitalista."

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Abaixo, um breve panorama da atual e dramática situação da Grécia. Se por um lado a Grécia foi o berço das atuais revoltas em escala planetária, o povo grego também está sendo aquele que mais tem sofrido as consequências opressivas das contradições dos stema capitalista. Mas oxalá também posssa ser o primeiro a dar uma resposta eficaz e inovadora, o primeiro a conseguir a ruptura com a ordem apodrecida e a construir uma alternativa concreta ao atual sistema, em termos de uma nova formação política e uma nova organização social e econômica: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18967.

Novamente a menção à voz das ruas:
"Creio que veremos lutas históricas na Europa. Na Grécia, as pessoas têm medo de que se repita aqui a experiência neoliberal da Argentina dos anos 90 com todas aquelas políticas neoliberais que levaram ao abismo e à destruição da Argentina. Mas dessa experiência argentina também ficou uma lição positiva: as pessoas sabem que o povo pode derrotar governos que estejam ao serviço do capital financeiro. Por isso, em muitas das manifestações que ocorrem hoje na Grécia, as pessoas saem na rua com bandeiras argentinas. O povo grego sabe que pode derrubar este mundo selvagem e neoliberal que nos aterroriza."

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E, em editorial de 22/11, Carta Maior faz uma síntese da situação na Espanha e uma breve menção à Europa, ao final também apontando as mobilizações de rua como contraponto à marcha da barbárie: 

Espanha : a quarentena da democracia
A captura do Estado pelos mercados reduz a alternância do poder a um simulacro de democracia ao nivelar partidos e programas aos desígnios da lógica financeira. O atual deslocamento da disputa política para as ruas, a impulsionar as maiores mobilizações de massa registradas no mundo, desde 1968, é uma consequência direta desse rapto. Ele explica também o paradoxo espanhol. Berço mundial dos indignados, a sociedade espanhola deu uma esmagadora vitória ao extremismo conservador nas eleições gerais deste domingo, trazendo de volta ao poder o Partido Popular, de Aznar, agora porém ainda mais forte, com uma maioria parlamentar superior a que desfrutou em 2000, obtendo 186 de 350 deputados. A social-democracia foi triturada perdendo 59 cadeiras, enquanto pequenos partidos à esquerda cresceram, mas sem ameaçar a robusta supremacia da direita. Sugestivamente, porém, o comparecimento às urnas foi bem inferior ao de 2008, com cerca de 30% de abstenção. O desinteresse, a indecisão e o elevado absenteísmo fazem deste pleito a síntese de uma Europa esmagada entre a ganância dos mercados e a rendição socialdemocrata ao neoliberalismo. A esperança em um novo ciclo de soberania democrática, que reunifique o comando econômico e político do Estado nas mãos da sociedade, terá que se materializar a partir das ruas.

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