18/04/2012

uma cachoeira de hipocrisia

Com relação ao perigoso esquema de Carlinhos Cachoeira, é sempre  preciso ficar com um pé atrás com tudo aquilo que é publicado pela grande mídia, revista Veja à frente.
Pois além do seu editorial desta quarta-feira, vale  a pena ler outros dois textos reveladores de Carta Maior, acerca do obscuro envolvimento da mídia com o esquema do bicheiro Cachoeira:
Quadrilha de Cachoeira mantinha relações com a imprensa
Imprensa permanece blindada no caso “Cachoeira”
A seguir, o editorial de Carta Maior, desta quarta.

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VEJA: COMO TRABALHA, A QUEM SERVE
O dispositivo midiático demotucano tem martelado em tom de condenação sumária que a construtora Delta -- suspeita de ser uma espécie de caixa de compensação bancária do esquema Cachoeira/Demóstenes-- é a empresa com o maior volume de contratos junto ao PAC. Esse traço evidenciaria, sugere o tom do noticiário, um comprometimento automático do governo e do PT com a quadrilha manejada por Cachoeira. Mais de 80% das licitações vencidas pela Delta são de obras sob a responsabilidade do Dnit, o Depto Nacional de Infraestrutura de Transportes. Dos R$ 862,4 milhões pagos à construtora em 2011, 90% vieram do órgão. Nesta 3ª feira, uma pequena nota escondida num canto de página da Folha, baseada em escutas da PF mostra que: a) o Dnit estava insatisfeito com a qualidade e irregularidades das obras tocadas pela Delta; b) desde 2010 o Dnit iniciou uma série de processos que poderiam levar a perdas de contratos pela construtora, ademais de submetê-la a investigações da PF e do Tribunal de Contas; c) o agravamento dos atritos levou a Delta a acionar Cachoeira e seu grupo, que passaram a trabalhar pela queda do então diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, uma indicação do PR, o Partido Republicano; d) em gravações feitas pela PF no primeiro semestre de 2011, Cachoeira diz a Claudio Abreu, diretor da Delta, que já estava fornecendo informações sobre irregularidades no Dnit para a revista "Veja"; e) a presidente Dilma Rousseff pediu o afastamento de Pagot no dia 2 de junho, depois que 'denúncias' contra o Dnit foram publicadas pela 'Veja', envolvendo suposto esquema de propinas que beneficiariam o PR; f) Pagot alegou inocência e resistiu até o dia 26 de julho, quando entregou a carta de demissão, em meio a uma crise que já havia derrubado toda a cúpula do ministério dos Transportes (incluindo o ministro) ligada ao PR ; g) o ex-presidente Lula tentou evitar sua queda, não por acreditar em querubins, mas preocupado com a rendição do governo ao denuncismo gerado por disputas entre quadrilhas consorciadas a órgãos de imprensa. Lula estava certo. (Carta Maior; 5ª feira/19/04/2012).

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