15/05/2012

a casa grande começa a ruir - parte I

Dois reveladores,  e promissores, desdobramentos das investigações acerca das atividades do bicheiro Carlinhos Cahoeira - na verdade, apenas mais um, entre tantos outros exemplos, das obscuras relações de poder que alimentam a (e se alimentam da) cada vez mais apodrecida engrenagem capitalista, seja num país dos emrgentes BRICS, seja no outrora chamado terceiro mundo, seja nos governos e estados do capitalismo central.

Mas o quente do caso Cachoeira é o desnudamenteo que se poderá ter das relações entre as chamadas atividades ilícitas - que sempre brotam nos sombrios intestinos  das instituições da democracia formal e burguesa - e um certo setor da  tal imprensa livre, que na verdade serve de aparato ideológico e de sustentação dessses mesmos mecanismos instituicionais.

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Na verdade, casos espetaculares e espetaculosos, como o de Carlinhos Cachoeira, José Carlos Gratz (no Espírito Santo) e o jamais esquecido caso  Collor/PC Farias, são apenas os excessos que vez por outra vêm à tona.
De certa forma, até prestam um serviço às tais 'elites', ao transmitirem à sociedade a traiçoeira e enganosa mensagem  de que, se esses excessos e abscessos forem extirpados pelos eficientes mecanismos da democracia burguessa, então não haveria mais com o que se preocupar, em termos de transparência administrativa, de igualdade de oportunidades, de eficiência dos controles das instuições e do dinheiro público, etc etc etc. 

Casos como esses funcionam como uma espécie de catarse, de desagravo  das massas, mas permitindo que tudo volte |à normalidade nos mecanismos que existem para sustentar as 'elites', através da dominação dessas mesmas massas, com a indispensável contribuição dos já bastante conhecidos e eficientes aparatos ideológicos da dominação  burguesa: escolas, igrejas, imprensa, justiça e forças policiais e militares.  

Claro que seria presunçoso e patético  negar  a validade e a necessidade de investigações, inquéritos, CPIs e, por fim, punições. Mas é sempre preciso lembrar, também, que os vícios, limitações e contradições da democracia representativa (mesmo que nela haja um executivo ou um parlamento de esquerda, centro-esquerda ou progressista) continuararão após a explosão e subsequente encerramento desses escândalos.  

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