08/07/2012

ars poetica

Escreve cada um dos teus poemas
como se fosse o último.
Nesta era, atomicamente saturada
carregada com terrorismo
voando com velocidade supersónica
a morte chega com uma brusquidão aterrorizadora.
Envia cada uma das tuas palavras
como se fosse a última carta antes da execução
um apelo gravado no muro de uma prisão.
Não tens o direito de mentir
nem o de brincar às escondidas.
Não terás simplesmente tempo
para corrigir os teus erros.
Escreve cada um dos teus poemas
concisamente, impiedosamente
com sangue - como se fosse o último.

blaga dimitrova - bulgária ( 1922 -  2003)