27/10/2009

adormece

sempre atento às virtudes da paisagem
que a jóia dos olhos presenteia
guarda as aves dos ovos azuis, preciosos
vislumbra o abandono da tarde de verão...

se os buritis te chamam, atende-os
que outra estiva igual não acontece
enovela os desertos fiados de teus sonhos
agasalha a criança faminta dos teus olhos...

as quatro porteiras da estrada, obstáculos
que o mundo, desigual, te conjurou...
esquece de teus gritos mais recônditos
não esquece ! caminha e mitiga...

colunas gregas, ilhas pacíficas, estranhas paragens...
nada disso podes vencer ou abarcar
recolhe teus olhos para os mundos mais distantes
beija a mão quente da tarde... flutua...

adormece, amigo
carlos ernesto - viçosa, minas

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