14/02/2012

jirau continua explosiva: morre um trabalhador

Aproximadamente à 01 hora da madrugada de hoje o operário da Camargo e Corréia na Hidrelétrica de Jirau, Josivan França Sá foi atingido por um disparo nas proximidades da rodoviária do distrito de Jaci Paraná (Porto Velho). Jocivan, natural do município de Pedro do Rosário, no Maranhão, de 24 anos, estava trabalhando no canteiro de obras da Hidrelétrica de Jirau, onde teve a função de sinaleiro e ultimamente de armador de ferragens. Ele faleceu desangrado após receber um disparo que atingiu uma artéria no pescoço.

Jocivan, que estava alojado dentro do canteiro de obras de Jirau, durante o domingo tinha ido almoçar e lavar a roupa em casa de parentes. Segundo companheiros, ele não bebia e aquela noite tinha tomado somente uma garrafa de suco. Mais de 300 pessoas estavam esperando desde às 11 horas da noite a chegada dos ônibus do último turno, que não chegaram. Alguns ônibus que passavam pela estrada não quiseram parar. Revoltados alguns operários tentaram interditar com madeiras a BR 364. Chegou uma viatura da polícia, que mandou retirar as madeiras da estrada. Chegou uma segunda viatura e começou um confronto de trabalhadores com a polícia, que utilizou gás pimenta e teria atirado nos operários revoltados.

Segundo seus amigos, Josivan não participava do confronto e estava a uns cem metros do local onde estava a polícia quando caiu no chão atingido por um disparo. Diversas testemunhas recolhidas no local relatam que mais outro operário estava caído na chão e que por tanto foram dois os atingidos, porém não temos mais informações sobre o que aconteceu com o segundo atingido nem sobre a identidade dele. Ainda posteriormente a polícia utilizou balas de borracha contra os operários revoltados e outras pessoas resultaram feridas e sangrando. 
Jocivan com grupo de operários de Jirau
Diversos parentes de Jocivan moradores das proximidades foram avisados da morte dele. O corpo dele já teria sido liberado pelo IML e na Funerária Dom Bosco estava sendo preparado para ser enviado ao Maranhão.

Segundo testemunhas, o uso de gás pimenta pelos policiais contra operários é habitual, e os operários reclamam de ser agredidos pela polícia diariamente. Também é habitual acumular muitas pessoas para utilizar no último ônibus que passa em Jaci Paraná para o canteiro de obras. Este último domingo os ônibus somente chegaram depois do violento confronto.

A CPT e a Pastoral dos Migrantes tem repassado as informações para autoridades, Ministério Público Federal, Estadual e do Trabalho e jornalistas de Porto Velho. Existia temor de que por estes fatos uma nova revolta violenta tomasse conta do canteiro de obras da Usina de Jirau.

(divulgado por Rede Alerta contra o deserto verde e transcrito de cpt rondônia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário