05/11/2008

epílogo - simón zavala

O poema abaixo é do Simón Zavala, poeta equatoriano


epílogo
vim uma vez aqui
e te atirei minhas mãos

te entreguei minha palavra
desgarrada

te disse que o meu nome
era emprestado
e que eu era outro
enfiado neste corpo

te contei do meu sonho
forjado nos temporais
te mostrei o pedaço de minha alma
que permaneceu em minha mãe

por fim te ofereci minha sombra

no teu aniversário
e pendurei minhas pegadas
no teu quarto

um dia
me acordaram e encurralaram
outra vez as horas
me despedi de todos os teus desejos
e te deixei à porta
o meu olhar

(Simón Zavala Guzmán – Guayaquil, Equador, tradução: Roberto Soares)



ecos

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