havia uma Estrela no Céu
que quando eu era criança me apaixonava
era o menor pingo no Espaço
foi por causa dela que surgiu a minha chaga
eu era pequeno, eu sei... não tive culpa...
a Estrela era a menor que o Céu abençoava
foi por isso que não ascendi, inteiro como desejava...
eu era pequeno, eu sei... não tive culpa...
o Espaço não me causava vertigens, nunca...
a terra sim, propunha-me fundezas
quando a terra abria para mim os olhos da Tristeza
mais aos céus eu elevava os olhos e chorava
cresci assim, pequenino e taciturno:
menino dos ollhos de mel, das pernas sempre atadas...
a Estrela hoje nos céus deixou sua morada
cresci assim: tão leve e tão Noturno
quando vejo no céu um toldo reluzente
uma constelação amiga, uma canção
ou mesmo um Negrume
se fixo o pensamento frente ao lume
ou a escuridão embota a minha mente
sou plaga arriada em arrebol de cinzas
e mesmo que sonhasse só veria Cinzas.
abdo mattos
(viçosa, minas)
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