28/05/2011

da tunísia à américa - rebelião no ocidente 5

(Leia abaixo outros textos sobre a rebeliõ dos europeus e dos americanos)
Em maio de 2010 este blog já alertava que aquelas combativas manifestações populares, que haviam começado na Grécia ainda em 2008, poderiam de fato se espalhar pelo continente europeu, como está acontecendo hoje na Espanha e em Portugal, e como já ocorreu na França, na Inglaterra, na Islândia.

Claro que, em todos esses países onde estão ocorrendo as mobilizações populares, há diferenças na organização, no grau de participação e de influência das entidades historicamente mais oganizadas e talvez até mesmo diferença de objetivos. Mas há uma motivação comum: as consequências danosas, provocadas na vida das pessoas pelo agonizante projeto capitalista, com suas desesperadas medidas econômicas para se salvar.

Em seus estertores, o modelo capitalista de produção e de relações sociais impõe medidas cada vez mais duras para os povos de países diversos. Mas como era previsto, esses povos têm reagido ao aumento da irracionalidade do capitalismo, cada um de acordo com sua realidade histórica, social e política.

E agora já não se trata tão somente de países da periferia, os protestos, mobilizações e rebeliões não ocorrem apenas em nível do chamado terceiro mundo: América Latina, Ásia, Oriente, África. Na verdade, as reações populares aos excessos do capitalismo têm se dado com mais intensidade exatamente nos paises centrais, principalmente na Europa - aliás, com mais intensidade e com mais duração. A esse propósito, veja os textos que seguem, publicados há já algum tempo, aqui no desvelar ou em outros espaços alternativos.
londres: multidão nas ruas
islândia: o exemplo de um povo
nove postagens sobre a grécia
um novo ativismo na inglaterra
E, embora isso não esteja sendo muito divulgado, essas mobilizações e rebeliões contra o capitalismo também estão começando a ocorrer - e já com uma certa intensidade e frequência - exaramente no mais importante país do capitalismo, os Estados Unidos. Seguem alguns textos, também tratando de fatos que vem ocorrendo há já algumas semanas ou meses.
marcha contra wall street
do oriente médio ao meio oeste
carta de michael moore aos estudantes
Enfim, são cada vez mais evidentes os sinais de que chegou o momento de um acerto de contas entre os comandantes e os comandados no Ocidente.

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Obviamente que não se trata de nenhum mágico resgate da utopia, ou de uma súbita adesão dos povos aos ideais libertários e de libertação. Trata-se tão somente de cansaço, de desilusão e, principalmente, de descrença dos povos na capacidade das sociedades capitalistas para fazerem o mundo funcionar com um mínimo de eficiência, segurança e justiça social. É como se se esgotasse a capacidade da sociedade de controle para distrair, seduzir os povos.

É uma descrença que vai se instalando aos poucos, embora não seja provocada pelo seu oposto, que seria a imediata adesão dos povos à crença no socialismo. Mas somente ingênuos, presunçosos e revolucionários de gabinete imaginam que a transformação das estruturas sociais e econômicas, em nível planetário, se daria de forma abastrata, 'espiritualizada', como se os povos de um momento para o outro 'acordassem' de sua 'ignorância' e de sua letargia e decidissem que o capitalismo é extremamamente danoso e que precisa ser urgentemente substituído.

Somente ingênuos e teóricos de gabinete preconizam essas espécies de revoluções limpas, idealistas, abstratas, sem uma motivação concreta, cotidiana, material, 'vulgar'.

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