no mar infinito do verbo
é teu o que te for dado:
o olhar cansado preso à teia
o medo já domado da fera
o beijo.
tudo o mais
entrega.
mariana botelho
Também vão nesse mês dois poemas de Mariana Botelho. O seu poema ‘Legado’ parece dialogar com os ‘Canticos’ de Cecília Meireles, com a diferença de ter sido construído numa fala um pouco mais enxuta e com uma imagética mais simbólica, ou mais cerrada. Já ‘Paraíso’ remete tanto a Cecília quanto a Rilke, com sua prece feita às coisas e à solitude do poeta em meio ao fluxo do tempo; mas, claro, com uma fala toda própria de Mariana Botelho, ou uma fala mais apropriada para estes tempos de urgência.
Aliás, a atração que a poética de Mariana exerce parece estar um pouco ligada à essa faculdade de explorar e explicitar veios esquecidos veios da poesia; mesmo em tempos de falas e vivências fragmentadas, atomizadas, bombardeadas por signos e velocidades, a sua poesia se detém em essências, silêncios, solidões; enfim, a sua poesia tem não apenas o dom, mas encontra também o tom certo, o tom próprio da contemporaneidade, para trazer para este tempo de urgências aquelas conversas diretas e delicadas com o ser das coisas, apontadas nos textos acima, quando falei de Rilke e Cecília.
Aliás, a atração que a poética de Mariana exerce parece estar um pouco ligada à essa faculdade de explorar e explicitar veios esquecidos veios da poesia; mesmo em tempos de falas e vivências fragmentadas, atomizadas, bombardeadas por signos e velocidades, a sua poesia se detém em essências, silêncios, solidões; enfim, a sua poesia tem não apenas o dom, mas encontra também o tom certo, o tom próprio da contemporaneidade, para trazer para este tempo de urgências aquelas conversas diretas e delicadas com o ser das coisas, apontadas nos textos acima, quando falei de Rilke e Cecília.
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