eis um computador
no lixo. E todavia
o crânio de lata teve memória dentro
– gigabytes dela! –
fez as quatro operações
aceitou versos
no seu imaculado
vazio virtual.
agora já não soma
nem subtrai
nem geme poemas, nem sublinha
erros de ortografia.
os pingos de solda, precários
neurónios de metal
perderam a memória.
já que te antecipaste
companheiro
diz-me como é não funcionar.
e se a ferrugem dói.
a. m. pires cabral (macedo de cavaleiros - portugal)
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