Não se trata de defender incondicionalmente os dois governos Lula e a candidatura Dilma, com seu até então vago programa de governo.
Trata-se tão somente de escolher entre dois projetos: este, do PT, que com todas os desvios, indecisões e contradições, ainda é um projeto de governo popular, ainda tem como horizonte a transformação - mesmo que gradual e excessivamente institucional e tecnocrata - das desumanas, coloniais e colonizadas estruturas sociais e políticas deste nosso grande país.
E o outro projeto, o do candidato Serra: o projeto da mesmice, da manutenção dos privilégios, da postura arrogante e preconceituosa contra o povo e seus legítimos representantes, o projeto da demagogia, da falsa modernidade, da modernidade submissa a interresses externos, a modernidade que ilude as camadas populares com eternas promessas, bugigangas eletrônicas, migalhas econômicas e migalhas de cidadania e participação política.
Quanto a um suposto terceiro projeto, ele não existe, é uma intenção de projeto: na remotíssima hipótese de um governo Marina Silva, por mais bem intencionado e planejado que fosse, ele seria sabotado, atropelado, distorcido, chantageado, manipulado e, por fim, talvez cooptado ou derrubado pelo que há de pior nas estruturas políticas e de poder neste país.
Se Lula, com todo o seu carisma e com o combativo suporte de um partido como o PT, amargou o que teve que amargar, em termos de agressão, preocnceito, difmação e pressão, imagine o que uma Marina Silva frágil e desamparada (digo-o em termos políticos, não em termos físicos ou morais) não sofreria nas mãos dessas ‘elites’.
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