22/09/2010

a cidade de minas e de niemeyer - 1

hoje cidade tecnocrática, amanhã cidade das gentes...

O governo Aécio Neves inaugurou neste ano a Cidade Administrativa Tancredo Neves, que vem a ser a sede do governo de Minas Gerais. É um conjunto arquitetônico, projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer, composto de 06 edifícios, localizado na divisa de Belo Horizonte com o município de Vespasiano, fica às margens da MG 010, que liga BH ao Aeroporto de Confins.

Todas essas indicações geográficas podem ser úteis para o leitor, já que vale a pena conhecer mais essa manifestação concreta da genialidade de Niemeyer.

Vale a pena do ponto de vista da manifestação da beleza e da estética arquitetônica, claro. Pois do ponto de vista político, ou de um ponto de vista mais amplo, há que se ter outra leitura.

Mas, por ora, fiquemos com o obra em si.

visão panorâmica de três dos quatro principais prédios: o Edifício Minas,
o Palácio Tiradentes e, ao fundo, o Auditório Juscelino Kubistchek
os dois edifícios administrativos propriamente ditos: o Minas e o Gerais,
onde funcionam todas as secretarias de estado e outros órgãos.
 encontro do côncavo e do convexo, suave abraço de curvas
o Centro de Convenções, entre o Minas e o Gerais:
 aconchegado num ninho de curvas e reflexos,
 brilhos  e penumbras

Lembra de fato Brasília, a mais famosa das criações de Niemeyer. Espaços amplos, dando ao transeunte a sensação de liberdade e de integração com o ambiente, linhas curvas e suaves humanizando a grandiosidade dos edifícios, arcos e parábolas atestando a criatividade do projeto como um todo.

O que talvez haja a ressaltar é a ambiguidade da integração (flutuante e sufocante, ao mesmo tempo) entre o ser humano e o ambiente, entre a fragilidade  das pessoas e  amagnificência dos edifícios e alamedas. Aliás, muitos vêem Brasília como uma cidade desumana, já se disse que é até mesmo um projeto fascita, que sufoca a liberdade, que impede a proximidade entre pessoas, que desumaniza as relações, enfim uma cidade que não foi feita paara as pessoas e sim para o aparato de Estado.

(continua abaixo)

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