09/09/2009

o grito em movimento (1)

grito dos excluídos 2009

abrimos nosso registro com um doloroso contraste: enquanto no grito pela vida muitos jovens aprendem o caminho da vida plena, no desfile oficial muitos outros se vêem obrigados, por necessidade de sobrevivência ou por sedução patrioteira, a abraçar os instrumentos da morte e da opressão.

tudo bem que aqui no Brasil não temos colocado nossos soldados para espalhar a morte em guerras...

... mas dá pena ver esses garotos da marinha e do exército tão iludidos com seus brinquedinhos de fogo, sem a menor noção de que, ao estar a serviço da força bruta, são a última forma de sustentação de um modelo de civilização que impede a vida plena, ao promover a competição, a indiferença e o medo entre as pessoas.

as mãos que clamam e combatem se preparam para a caminhada, enquanto padre Kelder saúda os peregrinos de um mundo renovado



e começa a marcha, o grito pela vida e pelo resgate da organização popular ganha as ruas, ocupando os elitizados e iludidos espaços da Praia do Canto...

... iludidos porque seus moradores ainda não puderam aprender que o sentido da vida plena não está apenas em nossos apegos e afetos individuais ou familiares.
enquanto isso, as maõs erguidas em ação: incansáveis pés peregrinos e corações generosos

outro contraste: na marinha, a cor branca tenta passar a idéia de pureza nossos garotos e garotas, abaixo o exército seduz nossas mulheres com uma elegância militar, guerreira, mas para embalar o grito pela vida, com sua vibrante voz, basta a despojada elegância da Raquel


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Um comentário:

  1. As imagens não só dizem, mas levam a pensar, apontam caminhos, encorajam esperanças.
    Ana Maria

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