21/11/2010

breve e tardio balanço da Batalha de 2010

Acima, menciono brevemente a tarefa que cumprimos nesta que foi uma verdadeira Batalha Eleitoral.

Tarefa que não se esgotou, obviamente, no engajamento em uma campanha eleitoral. Agora é hora de fazer a disputa desse governo que, sabemos, de modo algum será um governo de esquerda, um governo efetivamente popular e transformador das estruturas de poder.

Sabemos que mais uma vez o PT fará um governo limitado, reformista, enfim, um governo de coalisão com a centro-direita - e em alguns casos com o que ela tem de pior, e que às vezes em nada se diferencia daquela direita raivosa que foi derrotada nas urnas.
Por isso, ao invés de ataques (em nada originais) e desencantos (também em nada originais) o que nos resta é a repetitiva, e às vezes entendiante, tarefa de manifestar apoio crítico a esse terceiro mandato do PT. Apoio crítico no sentido de fazer a disputa desse governo, no sentido de evitar que o PT e Dilma (e também Lula, claro) façam demasiadas concessões ao reformismo e à ordem estabelecida.

Dilma, Lula e o PT precisam desse contraponto, dessa oposição lúcida mais à esquerda, que somente pode ser fortalecida pelos movimentos sociais e populares autônomos, não cooptados, e por lideranças populares, artistas e intelectuais engajados de fato na construção da história de seu país e de seu povo.

E esse apoio crítico ou oposição lúcida precisaria de imediato se preocupar com pelo menos três problemas: a) fazer o governo promover uma maior mobilização popular b) promover um enfrentamento e uma transformação nas estruturas de comunicação do Brasil, tornando a mídia mais democrática, autônoma e com vínculo direto com a realidade popular e c) cobrar do governo um enfrentamento com a questão da corrupção, esclarecendo a fundo e punindo de fato, seja aliados seja membros do PT.
Claro que essas três questões devem ser melhor detalhadas, cito-as apenas de passagem, por parecerem fundamentais e urgentes. Elas estão na raiz mesma da consolidação do de um governo realmente popular no Brasil.

É preciso lembrar que os três governos do PT são o resulatdo das lutas populares; Lula, Dilma e o PT não caíram do céu, foram construídos ao longo de toda uma dura e combativa trajetória das lutas populares em nosso país.

E o presente e o futuro destas lutas populares não podem ser comprometidos com indecisões, contradições e conivências de ocasião. É a credibilidade e a continuidade dessa longa trajetória que está em jogo neste 3º mandato do PT.

Principalmente nesses episódios de denúncias de corrupção. Claro que não podemos embarcar nessas recorrentes e às vezes risíveis ondas de denuncismo, sabemos que elas têm um alto teor de golpismo, lacerdismo e moralismo hipócrita.

Mas isso não pode ser justificativa para que imprensa e sociedade fiquem sem explicações claras e convincentes da parte do governo do PT. Que se puna aqueles que relamente merecerem a punição por praticarem de fato a corrupção e, na outra ponta, quando se tratar de denuncismo irresponsável ou golpista, que sejam rigorosamente punidos os caluniadores, principalmente quando utlilizarem-se da imprensa para divulgarem suas artimanhas e mentiras.

Pois o governo do PT precisa, pode e deve perder ese constrangimento ou esse temor de barrar os execessos de determinados setores da imprensa, o governo não pode mais aceitar a chantagem de se confundir liberdade de imprensa com liberdade de calúnia, difamação e pressão escusa.

Assim, a sociedade e os setores sadios da imprensa serão atendidos no seu direito à transparência e ao respeito à coisa pública, e, de outro lado, a luta popular, da qual o PT ainda é o porta-voz, não perderá a sua credibilidade e a sua legitimidade.

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