01/12/2008

vivo, divinizo

Ainda envolto na transcendente atmosfera de Rilke, esta modesta tentativa de comunhão poética com o mundo, de minha lavra.

de setembro o sol se perfuma
manhãs de cheiro de mexerica

fumos e incensos insondáveis
escorrem pelas largas alturas

aves inventam voltas
em intérminas vias de vento

límpidas estradas aguardam e acolhem
o andar sereno de secretas sedes

em janelas de escola, sonha-se:
o rolar de sedosas bolas de gude
por trilhas de delicada poeira

tantos moradores do mundo
a entoar o mesmo e uno hino:
- vivo, divinizo...

enquanto o sol de azul se bronzeia
nos aéreos areais

o Teu olho alimenta e aquece
o meu se alimenta e não esquece

juntos nossos olhos
se alumbram em instantes de setembro

(roberto soares, setembro 2006)

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