a hora inclina-se e toca em mim
com claro bater metálico
os sentidos me tremem. sinto: eu posso...
e colho o dia plástico. nada estava acabado antes de eu ver:
todo o devir aguardando em quietude.
maduros meus olhares: a cada um
como uma noiva, chega a coisa ansiada.
nada é pequeno para mim: gosto de tudo
e tudo eu pinto sobre ouro com grandeza
e bem alto o levanto
sem saber de quem vai a alma libertar (rainer rilke, "O livro de horas")
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