07/06/2009

comunidades trilhando

em frente à fonte que deu nome ao Morro


aos poucos a cidade vai ficando 'pra baixo'

debaixo da grandiosa jaqueira: Narciso ( presidente da AMOR) Roberto (regional do CPV) Elenice ( do COLEDUC) Juarez (vereador pelo PSB) Elaine (da Unidade de Saúde)

fila indiana numbelo jogo de cores, luzes e sombras

Moradores de diversas comunidades participaram, no último dia 23 de maio, de uma trilha pelo Parque da Fonte Grande. A iniciativa partiu de Roberto Soares Coelho (representante do CPV para o centro de Vitória) e de Narciso Aparecido (presidente da AMOR - Associação dos moradores do Rosário). Ao todo foram 14 participantes, entre lideranças e moradores do Rosário e de outras comunidades: Fonte Grande, Cidade Alta e Morro do Rio Branco, de Vitória e Aribiri, Santa Paula e Itaparica, de Vila Velha.

A caminhada começou na Rua Sete, subiu pelo Morro da Fonte Grande e chegou até a até a sede do Parque, onde assistimos a um vídeo, andamos por algumas trilhas e visitamos o Mirante. Na volta, descemos por uma outra trilha, do lado de Fradinhos.

Essa foi na verdade a parte mais interessante da caminhada. Guiados por Cláudio, pudemos conhecer muitas histórias sobre os moradores antigos, fazendas e comunidades que existiram nas matas que nos cercam. Cláudio chegou a morar numa das antigas fazendas. Pudemos perceber como é muito mais estimulante e enriquecedor ouvir o relato de alguém que realmente viveu a realidade do lugar. É muito diferente de ficar ouvindo explicações históricas, técnicas e padronizadas de funcionários que, por mais atenciosos e competentes que sejam, nunca vivenciaram as mesmas histórias, e assim não transmitem a mesma sensibilidade, não nos envolvem com a mesma intensidade.

Assim, entendemos que cumprimos nessa trilha os dois objetivos aos quais nos propusemos: o primeiro deles foi a integração entre os moradores da comunidade do Rosário e Morro da Capixaba com os moradores das outras comunidades. O segundo objetivo era o de promover o conhecimento do território onde nós vivemos. Isso pode parecer desnecessário, pois todos nós achamos que conhecemos o suficiente do lugar onde vivemos. Mas a verdade é bem diferente. Às vezes passamos anos a fio morando num lugar e não tomamos conhecimento de suas histórias, de sua diversidade cultural, de sua riqueza natural. Essa, aliás, é uma das propostas do COLEDUC (Coletivo Educador Ambiental): incentivar as pessoas a conhecerem o seu território para melhor protegerem esse território. Afinal, somente podemos cuidar e gostar daquilo que conhecemos bem.

Um outro detalhe a ser lembrado: além do senso de identidade e integração, essas iniciativas ajudam a despertar nas comunidades a sua segurança, a crença na sua capacidade de se auto-organizar, de tomar a frente, sem esperar por diretrizes ou mobilizações oriundas do poder público. Isso é importante, na medida em que desconstrói a dependência absoluta dos poderes de Estado. Claro que o movimento comunitário deve e pode usufruir daquilo que o poder público tem a oferecer. Mas não pode é criar dependência, é ficar inerte e somente se encontrar, se integrar e se conhecer a partir de iniciativas de técnicos, professores, funcionários em geral.

Enfim, utilizando os termos técnicos do COLEDUC, o movimento instituinte (movimento popular em geral) deve construir e preservar sua autonomia, sua liberdade e sua espontaneidade em relação ao movimento institucional (órgãos de estado).
Aliás, essa posição do COLEDUC tem tudo a ver com os fundamentos do movimento libertário e anarquista, proximidade da qual valerá a pena falar oportunamente.

Por ora, quem quiser ler mais sobre o projeto leia o texto primeiro contato.
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Ainda sobre trilhas: nós estamos programando outra caminhada. Desta vez será mais puxada. Vamos subir até o pico do Mestre Álvaro, na Serra, subida de mais ou menos 04 horas. A data prevista é o dia 27 de junho e a saída do ônibus será na Praça Costa Pereira, às 06:00 da manhã.

Estamos tentando conseguir um ônibus gratuito. Se tivermos que pagar, todos terão que ajudar. Mas não deve ficar muito caro, pouca coisa mais do que duas passagens de Transcol. De qualquer forma, se alguém puder ajudar a conseguir o ônibus, entre em contato conosco.
E quem quiser ir no Mestre Álvaro, entre em contato com um dos telefones abaixo. Dependendo da procura é bom garantir logo o seu lugar no ônibus.

Roberto: 9951-4067, Narciso: 8129-5126
MAIS IMAGENS DA TRILHA
a subida vai ficando puxada
na pacata companhia de bovinos

a cidade ainda mais distante, com a Terceira Ponte e o Atlântico ao fundo

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