a batalha de 2010 (5)
Atenção: o autor do texto abaixo pede que, caso concordem com o teor, todos dêem a maior divulgação possível a esta carta, assim "talvez ela chegue à destinatária".
Vamos lá pessoal, estamos de novo na dura batalha pela construção de uma história popular neste Brasil, e desta vez, se não arregaçarmos a manga, se não nos comprometermos de verdade, podemos ter a volta de muita coisa que imaginamos ter extirpado deste país.
Não será e não têm sido o governo de nossos sonhos estes governos do PT, mas como diz Maurício ao final da Carta, Serra será "a volta de nossos mais terríveis pesadelos".
Além disso, a história não é feita apenas de sonhos, ou melhor, as nossas ações têm que preceder os nossos sonhos, mesmo que algumas dessas ações às vezes tenham, num primeiro momento, a aparência de confusas, contraditórias, insípidas ou mesmo ingratas.
De qualquer forma, quem não está disposto à confusão, à contradição, ao embate, à frustração momentânea, que fique limpinho no seu cantinho, vivendo os seus pesadelos achando que está no melhor dos mundos, no seu blindado e plastificado mundinho de sonhos ... Fazer o quê, né?
por Maurício Abdalla
Atenção: o autor do texto abaixo pede que, caso concordem com o teor, todos dêem a maior divulgação possível a esta carta, assim "talvez ela chegue à destinatária".
Vamos lá pessoal, estamos de novo na dura batalha pela construção de uma história popular neste Brasil, e desta vez, se não arregaçarmos a manga, se não nos comprometermos de verdade, podemos ter a volta de muita coisa que imaginamos ter extirpado deste país.
Não será e não têm sido o governo de nossos sonhos estes governos do PT, mas como diz Maurício ao final da Carta, Serra será "a volta de nossos mais terríveis pesadelos".
Além disso, a história não é feita apenas de sonhos, ou melhor, as nossas ações têm que preceder os nossos sonhos, mesmo que algumas dessas ações às vezes tenham, num primeiro momento, a aparência de confusas, contraditórias, insípidas ou mesmo ingratas.
De qualquer forma, quem não está disposto à confusão, à contradição, ao embate, à frustração momentânea, que fique limpinho no seu cantinho, vivendo os seus pesadelos achando que está no melhor dos mundos, no seu blindado e plastificado mundinho de sonhos ... Fazer o quê, né?
Carta Aberta a Marina Silva
Marina, você se píntou?por Maurício Abdalla
“Marina, morena Marina, você se pintou” – diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as “famiglias” que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.-
“Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.
Maurício Abdalla
Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (clique para ler comentário), dentre outros.
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