Tal como em outras quarenta cidades do país, a Marcha da Liberdade em Vitória aconteceu no sábado, dia 18.
Mas somente agora pude postar algumas imagens e comentários. Embora o número de participantes estivesse aquém do esperado, a Marcha foi simplesmente vibrante. Sentíamo-nos gratos e até mesmos redimidos por termos atravessado essas longas duas décadas de perplexidade e desencanto; e até mesmo de desesperança e descrença na possibilidade de pessoas e povos voltarem a ocupar praças e ruas, para reagir a essa massacrante caminhada ocidental rumo ao abismo e à apatia de um totalitarismo escondido atrás de uma aparência de modernidade e de sofisticação tecnológica.
Mas somente agora pude postar algumas imagens e comentários. Embora o número de participantes estivesse aquém do esperado, a Marcha foi simplesmente vibrante. Sentíamo-nos gratos e até mesmos redimidos por termos atravessado essas longas duas décadas de perplexidade e desencanto; e até mesmo de desesperança e descrença na possibilidade de pessoas e povos voltarem a ocupar praças e ruas, para reagir a essa massacrante caminhada ocidental rumo ao abismo e à apatia de um totalitarismo escondido atrás de uma aparência de modernidade e de sofisticação tecnológica.
logo no começo já dava pra ver que uma das tônicas da marcha era a fruição e a expressão do corpo e da sexualidade; e bem nos seus inícios a marcha já estava protegida e colorida pelos guarda-chuvas da diversidade, da tolerância e do respeito a opção sexual de cada um e de cada uma - claro, não esquecendo que esse respeito e tolerância deve existir tanto por parte de heteros quanto de homos
acima, a mensagem que mais me chamou a atenção, aquilo que penso estar na raiz dessa rebelião no ocidente, que ora dá os seus primeiros passos: o 'sufoco', o cansaço e a perplexidade de pessoas e povos com esse insano projeto de civilização e com essa massacrante sociedade de controle. urge ao menos uma parada estratégica nessa caminhada do homem sobre a terra, é urgente que tenhamos uma amostra mínima, mas concreta, contundente, radical, da possibilidade de um outro mundo.
o espanhol hugo, que acompanhou a marcha de vitória, numa mostra de que é viavel o internacionalismo das mobilizações e marchas. veja viva españa, greve geral na espanha, saudações a galeano
claro que os estudantes do movimento contra o aumento estavam presentes, e bastante atuantes como de costume. e o cartaz vem bem a propósito, demonstra que a bandeira do movimento não se reduz a preço de tarifas ou a passe livre, mas questiona a ausência de uma política pública de transporte na grande vitória. veja matérias sobre o movimento postadas agora em junho
outra bandeira bastante concreta presente na marcha: a luta contra os retrocessos no código ambiental e na questão ambiental em geral.
do concreto ao utópico e poético, mas nem por isso distante ou ingênuo: não há como não lembrar das primeiras rebeliões no ocidente, lá nos anos setenta, com suas radicais e inesquecíveis palavras: paz e amor. aliás, a garota abaixo com sua flor amarela ilustra bem esse resgate das bandeiras e 'armas' da contracultura
e o pendulo oscila novamente: da flor e do amor à barbárie. veja a barbárie de aracruz e itabira e aracruz: lutas irmãs
e, por último mas não menos importante, para provar que nossa geração
está presente nessa nova rebelião no ocidente: acima, vanda valadão,
professora da ufes e minha companheira de atuação na cjp (comissão de
justiça e paz, da arquidiocese de vitória); abaixo, o ator e músico
reginaldo secundo, um dos articuladores da marcha, e o poeta
transgressor e místico valdo motta, bastante inspirado em seu traje a
caráter, diga-se de passagem - leia poemas de valdo motta publicados por este blog.
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