...quem diria: a Rebelião no Ocidente chega a Vitória do Espírito Santo!
Leia mais sobre a rebelião:
parar os atentados contra o ser
bbb, a náusea
a besta agonizante
a história voltou para as ruas
os povos do mundo derrotarão a besta?
lugar de povo é nas ruas
um basta à besta
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a besta agonizante
a história voltou para as ruas
os povos do mundo derrotarão a besta?
lugar de povo é nas ruas
um basta à besta
Fluindo junto com a já histórica e inesquecível passeata de 6 de Junho(sexta-feira), não encontrava melhor nome, para aquela multidão a desfilar pela Reta da Penha afora, do que simplesmente de Romaria do Sonho.
Um pouco pelo fato de nossa Marcha lembrar exatamente a Romaria dos Homens (que ocorre todo ano durante a Festa da Penha, aqui no Espírito Santo): quando aquele mar de gente atravessava a Ponte da Passagem, lembrei-me exatamente daquele outro mar de gente atravessando a Segunda Ponte - que divide Vitória e Vila Velha - durante a Festa da Penha.
Mas, também, por ver naquela marcha uma retomada da utopia, um resgate da crença de que nós, os cansados e perprexos seres humanos do século XXI, somos sim capazes de vislumbrar e propor um mundo menos hostil e menos indiferente, um mundo mais amigo e mais acolhedor para todos nós.
Algo dizia que aquela manifestação transcendia, e muito, simples questões pontuais como melhorias no transporte, como aliás já tinha apontado aqui. Algo me dizia que daquele dia em diante também as ruas de Vitória seriam nova e frequetemente ocupadas, e não apenas por jovens, mas por todo tipo de pessoa. Ou seja, Vitória passaria a fazer o parte da Rebelião que vem se alastrando pelo planeta afora.
Algo dizia que aquela manifestação transcendia, e muito, simples questões pontuais como melhorias no transporte, como aliás já tinha apontado aqui. Algo me dizia que daquele dia em diante também as ruas de Vitória seriam nova e frequetemente ocupadas, e não apenas por jovens, mas por todo tipo de pessoa. Ou seja, Vitória passaria a fazer o parte da Rebelião que vem se alastrando pelo planeta afora.
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Muitas têm sido as leituras para todas essa manifestações que, iniciadas na Grécia em 2008, espalharam-se pela Europa, pelos povos árabes, pelos EUA e, com uma rapidez que surpreendeu, agora pelo Brasil, cujo ponto de partida com certeza podemos situar na Marcha da Liberdade, ocorrida em São Paulo em 28 de maio, como resposta à repressão praticada contra a Marcha pela Discriminalização da Maconha.
E com certeza haverão ainda muitas e muitas leituras desse espetacular fenômeno, que vem surpreendendo a todos, até mesmo àqueles que previram, com admirável acuidade, a Crise que vem se abatendo sobre o agonizante sistema capitalista desde 2008, e que felizmente parece estar apenas nos seus inícios.
Não importa definir qual seria a leitura correta, ou as leituras corretas. O que importa é constatar que, finalmente, está vindo à tona um movimento de âmbito planetário de constestação ao projeto de civilização do Ocidente. Aliás, desde 2008, em várias ocasiões este blog vem apontando para a necessidade de emergir um movimento assim (como se pode ler em alguns dos textos indicados acima) como uma das condições necessárias para a superação da Crise do Ocidente, como desdobramento natural do complexo impasse em que se encontram as sociedades ocidentais.
O que importa é saudar o cansaço dos povos com esse modelo de civilização agressivo, estúpido, obsoleto. E saudar a capacidade de ainda lutar, questionar e enfrentar esse modelo.
Muitas têm sido as leituras para todas essa manifestações que, iniciadas na Grécia em 2008, espalharam-se pela Europa, pelos povos árabes, pelos EUA e, com uma rapidez que surpreendeu, agora pelo Brasil, cujo ponto de partida com certeza podemos situar na Marcha da Liberdade, ocorrida em São Paulo em 28 de maio, como resposta à repressão praticada contra a Marcha pela Discriminalização da Maconha.
E com certeza haverão ainda muitas e muitas leituras desse espetacular fenômeno, que vem surpreendendo a todos, até mesmo àqueles que previram, com admirável acuidade, a Crise que vem se abatendo sobre o agonizante sistema capitalista desde 2008, e que felizmente parece estar apenas nos seus inícios.
Não importa definir qual seria a leitura correta, ou as leituras corretas. O que importa é constatar que, finalmente, está vindo à tona um movimento de âmbito planetário de constestação ao projeto de civilização do Ocidente. Aliás, desde 2008, em várias ocasiões este blog vem apontando para a necessidade de emergir um movimento assim (como se pode ler em alguns dos textos indicados acima) como uma das condições necessárias para a superação da Crise do Ocidente, como desdobramento natural do complexo impasse em que se encontram as sociedades ocidentais.
O que importa é saudar o cansaço dos povos com esse modelo de civilização agressivo, estúpido, obsoleto. E saudar a capacidade de ainda lutar, questionar e enfrentar esse modelo.
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Os críticos desses movimentos afirmam que tudo é muito vago, que não existem propostas concretas. E que também não existem lideranças, entidades, partidos, ideologias, ou mesmo partidos de esquerda claramente definidos, à frente desses movimentos. Com certeza que assim o é, e certamente será assim por um bom tempo ainda.
Pois o que existe ainda é um movimento em gestação, um movimento de recusa à continuidade desse atual projeto de civilização.
Na realidade, a tendência é de que todos esses movimentos desemboquem numa espécie de greve planetária e anárquica. A princípio, esse movimento de contestação em nível global não terá como apresentar uma alternativa concreta e viável de um novo modelo de organização social, política e econômica para os povos.
Ninguém pode dizer o que virá depois dessa Crise do Ocidente, já instalada entre nós, e dessa Greve Planetária, que se avista no horizonte há já algum tempo. Não sabemos se uma suposta superação do Capitalismo e das Sociedades de Controle se dará por uma sociedade de cunho socialista, cooperativista, comunal ou uma mistura de tudo isso, até mesmo com a presença de um capitalismo sob controle dos povos.
É perda de tempo tentar antever isso e, mais ainda, tentar impor isso. O que vai ditar o novo será o próprio novo, e o que importa de fato é que as ruas estão sendo tomadas de fato pelas pessoas, o que importa é que já há uma clara e lúcida consciência de que é preciso estar a postos, para quando chegar o colapso desse agressivo e enlouquecido projeto de civilização e dessa plastificada e opressiva Sociedade de Controle.
Para grande parte de militantes e estudiosos de esquerda, esses jovens, adultos, velhos e crianças, que têm tomado as ruas, não têm muita noção do que estão a fazer, não obedecem a um projeto político claro, não têm idéia de que para derrotar um mundo caduco é preciso se organizar e construir alternativas concretas. É verdade que não há essa consistência de projetos e não há esse conhecimento do próprio potencial e da própria desorientação.
Mas muito dessa ausência de projetos, dessa desorganização política e dessa desorientação se deve exatamente à recusa desses manifestantes em seguir propostas de enfrentamento e de organização política que, na visão desses mesmos manifestantes, falharam, traíram-se ou foram derrotadas pelo capitalismo e pelas sociedades de controle. Ou seja, por detrás da aparente desorientção e ausência de projteos concretos, há uma lucidez institiva, há uma intuição clara dquilo que não se quer, seja pelo lado da direita, seja pelo lado da esquerda.
Cabe, então, à esquerda clássica, tradicional, revolucionária, organizada, ou seja lá o que for, dialogar, observar, manter-se atenta a esse movimento que está nas ruas, nas cidades, praças e não apenas nas redes virtuais e abstratas da internet.
Com certeza que a construção do mundo novo - que vai sair da "barriga deste mundo de merda", como diz Eduardo Galeano - não dispensa, de forma alguma, nenhuma contribuição; ao contrário, terá que ser fruto do encontro corajoso e lúcido de tantas e tão variadas formas de luta que resistem e se espraiam por este planeta afora, todos caminhando na mesma Romaria do Sonho, mas uma Romaria que busca realizar o Sonho aqui e agora, e não num mundo celeste e impalpável aos vivos.
Uma Romaria que sabe que efetivar o Sonho não tem nada de impossível ou de quimérico, que sabe que basta a crença, a persistência e a lucidez para que a história, a própria vida e este nosso mundo aconteçam num cenário cada vez mais de sonho e cada vez menos neste cenário de pesadelo, ou neste cenário de "mundo de merda", lembrando mais uma vez Eduardo Galeano, em sua fala cortante e sábia, acima mencionada.
*******************
Penso então que os protestos de Vitória inscrevem-se neste movimento maior. Embora tenham um propósito bem definido, e tenham sido gestados e conduzidos por um movimento mais articulado e mais politizado, não seguem hierarquias e nem fórmulas clássicas de comando e de decisão. Procuram realizar ao máximo a horizontalidade, a efetiva democracia decisória e a autonomia em relação a movimentos e partidos e lideranças.
Praticam também uma clara recusa de instituições políticas e econômicas, seja à esquerda seja à direita, tal como nas duas ocasiões, na marcha de sexta-feira, em que os repórteres do jornal A Gazeta foram simples e furiosamente expulsos da assembléia e da marcha.
Pela esquerda, a recusa está no próprio alvo do movimento: o governo do Espírito Santo, que é comandado por um quadro do PSB, tendo como vice nada menos do que alguém do PT.
Enfim, por mais que haja um recuo ou uma desarticulação momentânea, e independente de conquistarem ou não as suas reivindicações imediatas, a impressão é de que o movimento dos estudantes de Vitória irá se somar à Rebelião no Ocidente, mesmo tendo sido motivados por algo mais concreto que aquelas ainda vagas e difusas manifestações.
Aliás, o movimento de Vitória pode até mesmo ser um dos primeiros a articular propostas concretas, efetivamente transformadoras, com essa rebelião lúdica, essa indignação palpitante e esse cansaço de caratér mais geral que irá se espraiar mundo afora.
Pois não importa o tempo que demore - se meses, anos ou décadas - o fato é que movimentos como o de Vitória, de São Paulo, da Espanha, de Portugal, da Grécia, nos dão a certeza de que, ao lado de partidos e governos efetivamente transformadores, estaremos todos a postos, nas ruas e praças, para provocarmos e superarmos o Colapso do Capitalismo e das Sociedades de Controle.
Estas, aliás, já deveriam ser, há muito tempo, as palavras de ordem que realmente importam: parar o ocidente e provocar o colapso, para superar a o erro e a barbárie.
Os críticos desses movimentos afirmam que tudo é muito vago, que não existem propostas concretas. E que também não existem lideranças, entidades, partidos, ideologias, ou mesmo partidos de esquerda claramente definidos, à frente desses movimentos. Com certeza que assim o é, e certamente será assim por um bom tempo ainda.
Pois o que existe ainda é um movimento em gestação, um movimento de recusa à continuidade desse atual projeto de civilização.
Na realidade, a tendência é de que todos esses movimentos desemboquem numa espécie de greve planetária e anárquica. A princípio, esse movimento de contestação em nível global não terá como apresentar uma alternativa concreta e viável de um novo modelo de organização social, política e econômica para os povos.
Ninguém pode dizer o que virá depois dessa Crise do Ocidente, já instalada entre nós, e dessa Greve Planetária, que se avista no horizonte há já algum tempo. Não sabemos se uma suposta superação do Capitalismo e das Sociedades de Controle se dará por uma sociedade de cunho socialista, cooperativista, comunal ou uma mistura de tudo isso, até mesmo com a presença de um capitalismo sob controle dos povos.
É perda de tempo tentar antever isso e, mais ainda, tentar impor isso. O que vai ditar o novo será o próprio novo, e o que importa de fato é que as ruas estão sendo tomadas de fato pelas pessoas, o que importa é que já há uma clara e lúcida consciência de que é preciso estar a postos, para quando chegar o colapso desse agressivo e enlouquecido projeto de civilização e dessa plastificada e opressiva Sociedade de Controle.
Para grande parte de militantes e estudiosos de esquerda, esses jovens, adultos, velhos e crianças, que têm tomado as ruas, não têm muita noção do que estão a fazer, não obedecem a um projeto político claro, não têm idéia de que para derrotar um mundo caduco é preciso se organizar e construir alternativas concretas. É verdade que não há essa consistência de projetos e não há esse conhecimento do próprio potencial e da própria desorientação.
Mas muito dessa ausência de projetos, dessa desorganização política e dessa desorientação se deve exatamente à recusa desses manifestantes em seguir propostas de enfrentamento e de organização política que, na visão desses mesmos manifestantes, falharam, traíram-se ou foram derrotadas pelo capitalismo e pelas sociedades de controle. Ou seja, por detrás da aparente desorientção e ausência de projteos concretos, há uma lucidez institiva, há uma intuição clara dquilo que não se quer, seja pelo lado da direita, seja pelo lado da esquerda.
Cabe, então, à esquerda clássica, tradicional, revolucionária, organizada, ou seja lá o que for, dialogar, observar, manter-se atenta a esse movimento que está nas ruas, nas cidades, praças e não apenas nas redes virtuais e abstratas da internet.
Com certeza que a construção do mundo novo - que vai sair da "barriga deste mundo de merda", como diz Eduardo Galeano - não dispensa, de forma alguma, nenhuma contribuição; ao contrário, terá que ser fruto do encontro corajoso e lúcido de tantas e tão variadas formas de luta que resistem e se espraiam por este planeta afora, todos caminhando na mesma Romaria do Sonho, mas uma Romaria que busca realizar o Sonho aqui e agora, e não num mundo celeste e impalpável aos vivos.
Uma Romaria que sabe que efetivar o Sonho não tem nada de impossível ou de quimérico, que sabe que basta a crença, a persistência e a lucidez para que a história, a própria vida e este nosso mundo aconteçam num cenário cada vez mais de sonho e cada vez menos neste cenário de pesadelo, ou neste cenário de "mundo de merda", lembrando mais uma vez Eduardo Galeano, em sua fala cortante e sábia, acima mencionada.
*******************
Penso então que os protestos de Vitória inscrevem-se neste movimento maior. Embora tenham um propósito bem definido, e tenham sido gestados e conduzidos por um movimento mais articulado e mais politizado, não seguem hierarquias e nem fórmulas clássicas de comando e de decisão. Procuram realizar ao máximo a horizontalidade, a efetiva democracia decisória e a autonomia em relação a movimentos e partidos e lideranças.
Praticam também uma clara recusa de instituições políticas e econômicas, seja à esquerda seja à direita, tal como nas duas ocasiões, na marcha de sexta-feira, em que os repórteres do jornal A Gazeta foram simples e furiosamente expulsos da assembléia e da marcha.
Pela esquerda, a recusa está no próprio alvo do movimento: o governo do Espírito Santo, que é comandado por um quadro do PSB, tendo como vice nada menos do que alguém do PT.
Enfim, por mais que haja um recuo ou uma desarticulação momentânea, e independente de conquistarem ou não as suas reivindicações imediatas, a impressão é de que o movimento dos estudantes de Vitória irá se somar à Rebelião no Ocidente, mesmo tendo sido motivados por algo mais concreto que aquelas ainda vagas e difusas manifestações.
Aliás, o movimento de Vitória pode até mesmo ser um dos primeiros a articular propostas concretas, efetivamente transformadoras, com essa rebelião lúdica, essa indignação palpitante e esse cansaço de caratér mais geral que irá se espraiar mundo afora.
Pois não importa o tempo que demore - se meses, anos ou décadas - o fato é que movimentos como o de Vitória, de São Paulo, da Espanha, de Portugal, da Grécia, nos dão a certeza de que, ao lado de partidos e governos efetivamente transformadores, estaremos todos a postos, nas ruas e praças, para provocarmos e superarmos o Colapso do Capitalismo e das Sociedades de Controle.
Estas, aliás, já deveriam ser, há muito tempo, as palavras de ordem que realmente importam: parar o ocidente e provocar o colapso, para superar a o erro e a barbárie.
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