11/02/2009

Rumos do FSM

Nos inúmeros e ricos debates em torno da última edição do Fórum Social Mundial, ocorrida em Belém, agora em janeiro, uma das questões que mais se coloca é aquela que diz respeito aos rumos do FSM, mais especificamente o problema da relação do Fórum com os governos e partidos de esquerda.
Militantes esquerdistas, membros de governos progressistas (principalmente da América Latina), intelectuais e acadêmicos de várias partes do mundo – variadas são as vozes que vem se indagando sobre a necessidade de uma maior abertura do Conselho Internacional (a principal instância dirigente do FSM) para os partidos e governos.
Cobram também uma tomada de posição mais clara e comprometida do Fórum em relação aos problemas mais urgentes e complexos por que passa a humanidade: os profundos abalos sofridos pelo capitalismo, a dramática e imprevisível crise do aquecimento global, o Massacre de Gaza e a possibilidade de que os governantes dos países centrais do venham a promover uma guerra em grande escala, como solução para a séria ameaça de paralisia que ronda a engrenagem capitalista; para quem acha mirabolante ou catastrofista a possibilidade da guerra, analistas lembram que foi de fato através da 2ª Guerra Mundial que os países desenvolvidos se recuperaram da Crise de 1929.
Mas, voltando ao FSM, a grande cobrança feita aos seus dirigentes e participantes é a de que o Fórum não continue a funcionar tão somente, ou prioritariamente, como um espaço para intercâmbio de experiências, vivências e projetos entre ONGs, militantes, movimentos sociais e entidades diversas; enfim, que o Fórum supere a fase de resistência ao neoliberalismo, e participe da construção efetiva de “um outro mundo possível”, junto com os movimentos sociais e com os governos progressistas e de esquerda, principalmente os da América Latina.
Um bom e lúcido exemplo do debate em torno dos rumos do FSM está no texto do sociólogo Emir Sader, publicado originalmente no site de Carta Maior. Entre tantos e ótimos textos, DESVELAR decidiu publicar o de Emir Sader, em razão da síntese que o sociólogo faz do último encontro e das suas propostas para o futuro do Fórum. Leia o texto aqui.
De qualquer forma, com todos os problemas e impasses, é preciso celebrar o advento e a continuidade do Fórum, que há quase uma década soube agrupar e catalisar as inúmeras manifestações de resistência e enfrentamento ao modelo econômico neoliberal que, através de um capitalismo extremado, pretendia transformar o planeta, as pessoas e a própria vida em meras peças de um absurdo e abstrato jogo de poder e conquista.
Abaixo, seguem alguns links, também com ótimas análises, para quem quiser se debruçar um pouco mais nessa questão dos rumos do FSM e dos avanços na construção de “um outro mundo possível”, com alternativas inteligentes e transformadoras para o enfrentamento da profunda crise provocada pelo modelo capitalista, em todos os seus aspectos: econômico, ambiental, alimentar, energético e, por último, mas não menos importante, também nos aspectos moral, espiritual e existencial; afinal, percebemos com cada vez mais indignação, urgência e perplexidade o quanto o capitalismo - depois de ter cumprido o seu papel transformador na história - tem tornado o homem triste, pobre, hostil, amedrontado, limitado e limitador.
Assembléia das Assembléias teve pouca força aglutinadora:

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