Para quem esperava manifestações por demais pacíficas neste 15 de outubro, e para quem acha que a Rebelião dos Povos vai se resumir a uma espécie de desobediência civil planetária, uma espécie de bem comportada revolução "dentro da ordem", nos moldes do pacífico movimento de Gandhi e de outros, os protestos em vários países da Europa (veja o texto Milhares protestam na Europa... publicado logo abaixo) mostram uma outra realidade, mostram um movimento contundente, disposto ao enfrentamento, disposto a impor aos comandantes do mundo, se preciso for, um real e amplo Pacto entre os Povos, e não uam mera reforma ou "humanização' do capitalismo.
A questão não é debater se essa contundência, se esse eventual enfrentamento e imposição é o melhor caminho para a construção do Pacto dos Povos.
Pois na verdade ele é o único caminho e, isso, porque já estamos no limite do descontrole e da irraciuonalidade deste obsoleto e decadente sistema chamdo de capitalsimo. Isso, porque ninguém aguenta mais viver uma vida que não é sua, uma vida que lhe é imposta todos os dias; isso, porque ainda existem pessoas, aos milhares e milhões, que despertam para a possibilidade uma nova existência neste planeta.
Um novo mundo e uma nova existência, onde, para além da dignidade econômica, cultural e social - a ser finalmente possibilitada a todas as pessoas - haverá um novo sentido no nosso viver, nosso existir, nosso agir, nosso amar, nosso trabalhar.
Por isso essa Rebelião dos Povos tem surpreendido e irá aindo muito surprender: pois a sua motivação é muito mais profunda do que a mera e cotidiana preocupação com uma sobrevivência materialmente digna, num sistema cada vez mais veloz, desumano, delirante e massacrante.
Além da tarefa de derrotar esse sistema, o que motiva essa fabulosa Rebelião é o vislumbre, a possibilidade de que, da vida de cada um e de todos nós, pode e deve ser construído algo mais solene, reverente e gratificantedo que essa existência empobrecida e medrosa, limitada e egocêntrica, à qual estamos todos aprisionados, por mais que, individualmente, nos consideremos livres, lúcidos.
E os comandantes do mundo somente estarão dispostos a ouvir a Rebelião dos Povos se de fato ela se transformar nisto a que ela se propõe, ou seja, numa verdadeira e irreversível Rebelião de Povos do mundo inteiro.
Por isso é que seria ingenuidade e reacionarismo condenar a contundência, a energia e o enfrentamento, quando eles tiverem que se fazer necessários. E, certamente, que nos começos da Rebelião e da Cosntrução do Pacto, tudo isso estará presente, seja por meses, anos ou décadas. Posi também não sabemos até quando se fará necessária a Rebelião, como também não sabemos até que ponto teremos que negociar com os atuais comandantes do mundo a construçao do Pacto dos Povos.
Quanto à "receita" desse novo mundo e dessa nova existência, quanto às bases do pacto dos Povos, é má-fé, ingenuidade ou presunção querer que tudo isso já esteja definido. Mal estamos começando a despertar para a necessidade e a possibilidade deste novo mundo. As bases, os conceitos, as idéias, as propostas, os modelos, enfim, a 'receita', tudo isso virá exatamente do movimento, das ruas, dois encontros.
Como, aliás, ja está vindo - cada encontro, cada acampamento, cada protesto, vai não apenas fortalecendo a Rebelião dos Povos como também vai clareando, definindo, vai erguendo um pouco mais a grandiosa e pioneira Construção do Pacto dos Povos
E cada dia, cada encontro, cada protesto, é também uma preparação para a primeira das Festas da Humanidade.
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A propósito da cobrança que a mídia, os analistas políticos, as pessoas comuns - simpatizantes ou não, despertas ou não - fazem à Rebelião dos Povos acerca de suas propostas, de sua clareza de projetos, da 'receita', das propstas etc vale a pena ler um brevíssimo texto de Carta Maior, As ruas não têm clareza..., também publicado logo abaixo.
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