a imagem acima mostra o famoso encontro das águas do rio negro com o rio solimões, nas proximidades de manaus. uma construção do mundo que, como todo lugar ou ambiente, precisou de milhares ou milhões de anos de idade e de toda uma complexa evolução para alcançar sua marca própria - no caso da paisagem acima, até alcançar tamanha grandiosidade e beleza (repare no 'tamaninho' dos barcos de transporte em relação ao rio).
e eis que tal construção grandiosa está a ser ameaçada de desaparecer em questão de anos - míseros segundos, se comparados com o imenso tempo gasto para sua aparição no mundo. tal é o poder destrutivo e insaciável que brota da petulância e da pobreza espiritual e metafísica de nossa civilização, ou melhor, do decadente e lastimável sistema social e econômico que comanda a nossa civilização.
leia a matéria abaixo, para saber mais sobre essa sedenta necessidade de conquista. como sempre acontece nessas situaçãoes, os defensores da construção do porto devem apresentar argumentos supostamente inquestionáveis, para justificar um suposto progresso, desenvolvimento etc etc, como se tudo fosse inadiável, urgente, insubstituível, como se estivéssemos sempre a ponto de sofrer um colapso em nossa civilização. Só que essa cantilena falsa e cretina já não está mais seduzindo a todos, não tem mais a mesma eficácia... Oxalá, o Ministério Público consiga evitar ao menos esse absurdo...
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MPF do Amazonas tenta manter tombamento do Encontro das Águas
Órgão quer suspender anulação da sentença da Justiça Federal, de agosto
Terminal portuário será construído próximo a cartão postal do estado.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou no início da semana com pedido no Tribunal Regional Federal da 1ª Região para suspender, em antecipação de tutela, a sentença que anulou, no dia 4 de agosto, o tombamento do Encontro das Águas (confluência do Rio Negro, de água escura, com o Rio Solimões de água barrenta), um dos cartões postais de Manaus.
O tombamento havia sido anulado porque o governo pediu que fosse realizada uma audiência pública na cidade de Manaus e pelo menos uma consulta pública em cada um dos municípios que possuíssem território na área tombada.
O tombamento havia sido anulado porque o governo pediu que fosse realizada uma audiência pública na cidade de Manaus e pelo menos uma consulta pública em cada um dos municípios que possuíssem território na área tombada.
O MPF argumentou que o tombamento provisório não faz parte do processo administrativo e representa uma medida que assegura a preservação da área até a declaração do tombamento definitivo. “A medida assecuratória é necessária para evitar que proprietários insatisfeitos pratiquem atos tendentes a destruir o objeto da proteção”, afirmou no texto do pedido o procurador regional da República José Elaeres.
Para o procurador, o tombamento provisório dispensa a prévia realização de audiência ou consulta pública, já que a exigência demandaria um tempo que “não se coaduna com o escopo de proteção imediata do bem cultural”.
Construção
Um dos motivos que preocupa o Ministério Público Federal é que a anulação do tombamento provisório sobre o “Encontro das Águas” permitiria o início imediato das obras do Porto das Lajes, empreendimento particular a menos de 3 quilômetros do fenômeno, com 596.464 mil metros quadrados de área. O empreendimento já tem o aval do órgão ambiental do governo estadual.
Para o procurador da República no Amazonas Athayde Costa, a obra poderá acarretar “degradante interferência na paisagem, afetando a leitura do fenômeno nos seus aspectos cultural, estético, paisagístico, arqueológico e histórico”.
Posição do governo do Amazonas
Em entrevista ao Globo Natureza, dias após a sentença proferida pela Justiça Federal que pedia a anulação do tombamento, o procurador-geral do estado, Frânio Lima, afirmou que o fato não tinha relação com a liberação do licenciamento ambiental do Porto das Lajes.
Em entrevista ao Globo Natureza, dias após a sentença proferida pela Justiça Federal que pedia a anulação do tombamento, o procurador-geral do estado, Frânio Lima, afirmou que o fato não tinha relação com a liberação do licenciamento ambiental do Porto das Lajes.
O tombamento como patrimônio natural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é defendido por ambientalistas e moradores da cidade, pois evitaria possíveis danos ambientais e sociais irreversíveis ao local. Neste caso, ficaria proibido qualquer tipo de construção em áreas próximas ao Encontro das Águas.
Foto: Encontro das Águas e projeção de onde será construído o Porto das Lajes(Foto: Reprodução)
texto e foto extraídos do blog do ipevs
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