21/10/2011

kadafi morto: o pacto dos povos acabará com o horror absurdo

A imagem de Kadafi morto corre o mundo (veja aqui). Choca, assusta. Quem vê, e ainda tem um mínimo de sensibilidade,  automaticamente pergunta a si próprio se realmente é necessário que sejam divulgadas imagens assim. Sejam de ditadores ou de militantes, de assassinos ou de vítimas.
Pelo menos por um aspecto é legítimo que sejam divulgadas. Principalmente quando se trata de uma figura famosa, polêmica, marcante.

Pois aí nos chocamos com mais intensidade, a imagem atinge-nos com mais crueza. Afinal alguém tão poderoso e tão falado,  até há pouco tempo, está agora morto, ferido, sangrado, imóvel - exposto como um animal em sua imobilidade, o sangue coagulado em sua face tornando ainda mais chocante essa exposição.

Mas, para além da óbvia lembrança de nossa animalidade e fragilidade, imagens assim remetem a uma outra dimensão: as consequências de uma guerra, seja ela motivada pelo que for.  Aí refletimos: quantos corpos - anôminos e vulneráveis -,  são assim feridos, sangrados, linchados, expostos, mutilados, numa guerra, qualquer que seja ela?

A guerra não presta, a guerra é o horror, a guerra é a liberação daquilo que temos de pior: a  brutalidade em potencial, adormecida,  combinada com a nossa assustadora inteligência para fabricar e manusear técnicas e equipamentos terríveis.

A guerra não presta, a guerra tem que ser banida da humanidade. A eliminação da guerra com certeza tem que ser uma da principais preocupações da Rebelião Planetária e, com certeza, será uma conqusita  do Pacto dos Povos. Que a morte, e a exposiçao da morte de Kadafi, reforce essa preocupação e esse choque com a guerra.

A propósito, o texto abaixo retrata um pouco das motivações de tantas guerras. Não traz muito de novo, apenas lembra-noso da presença dos gansgters de sempre, na motivação, inspiraçaõ ou condução dessas horríveis guerras. Também lembra algo interessante: a morte de ex-aliados que se tornam inimigos dos comandantes europeus e americanos é sempre brutal, impiedosa, e parentemente nunca pode ser evitada.
Para quem quiseu ver mais imagens da morte de Kadafi: folha online e  you tube (prisão e linchamento) 

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os gangsters imperialistas
Kadafi foi assassinado para que não fosse levado a nenhum tribunal, onde poderia contar tudo o que sabia sobre as relações entre seu governo e a CIA, o governo e os serviços de inteligência britânicos, Sarkozy e seus “barbudos”, Berlusconi e a máfia, e poderia também lembrar quem são Jibril e Jalil, principais líderes atuais do Conselho Nacional de Transição e, até bem pouco tempo, seus fieis agentes e servidores. O artigo é de Guillermo Almeyra.
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Um vídeo, publicado pelo Le Monde, mostra Muammar Kadafi capturado vivo e lichado por seus inimigos. Ele não morreu, portanto, em um bombardeio da OTAN quando fugia em um comboio nem em consequência das feridas recebidas quando o levavam em uma ambulância.

Ele foi simplesmente assassinado para que não fosse levado a nenhum tribunal porque aí poderia contar tudo o que sabia sobre as relações entre seu governo e a CIA, o governo e os serviços de inteligência britânicos, Sarkozy e seus “barbudos”, Berlusconi e a máfia, e poderia também lembrar quem são Jibril e Jalil, principais líderes atuais do Conselho Nacional de Transição e, até bem pouco tempo, seus fieis agentes e servidores.

A lista dos limões espremidos é longa: o panamenho Noriega, agente da CIA convertido em um estorvo, salvou-se do bombardeio ao Panamá que tentava assassiná-lo e jamais foi apresentado em um tribunal legítimo. Saddam Hussein, agentes dos EUA durante a longa guerra de oito anos contra os curdos e contra o Irã, teve sim um processo em um tribunal, mas composto por funcionários dos EUA e carrascos, nada de sua defesa política ganhou repercussão e terminou enforcado de modo infame.

Bin Laden, agente da CIA junto com os talibãs durante toda a guerra contra os soviéticos no Afeganistão e sócio do presidente George Bush na indústria petroleira, foi assassinado desarmado em uma grande operação típica de gangsters e foi lançado ao mar para que não falasse em um processo e para que nem sequer sua tumba pudesse servir como ponto de encontro a todos os que no Paquistão e no Afeganistão repudiam o colonialismo dos criminosos imperialistas.

Agora, os imperialistas franco-anglo-estadunidenses acabam de utilizar a barbárie e o ódio inter-tribal para se livrar de Kadafi que, como prisioneiro, era um perigo para eles. O novo governo líbio que surgirá depois de uma luta feroz entre os diversos clãs e interesses que integram o atual CNT, poderá renegociar assim a relação de forças entre as diferentes regiões e tribos sem o kadafismo e sob a tentativa imperialista de submetê-lo, mas afogou o passado em um banho de sangue e nasce coberto de horror e de infâmia perante o mundo.

Kadafi não será lembrado pelos líbios como um novo Omar Mukhtar, o líder da resistência ao imperialismo italiano enforcado pelos fascistas, porque antes de ser assassinado por seus ex-sócios e servidores também foi responsável por inúmeros crimes e enormes traições. Mas seu linchamento cairá como uma mancha a mais sobre seus executores e sobre os mandantes da turba feroz que o despedaçou aplicando-lhe a pena de morte selvagem que os imperialistas decretam contra seus agentes que precisam despachar. carta maior, 20/10

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