Tivemos, neste sábado (11/09), o primeiro de dois encontros, promovidos pela Ruca*, abordando o tema das Hortas Agroecológicas Urbanas. O próximo encontro será no domingo, dia 19. O curso tem acontecido na sede da Fase, rua Graciano Neves, centro de Vitória.
Quem quiser conhecer em detalhes a realidade e os princípios das hortas urbanas agroecológicas, pode procurar no Instagram - ruca.agroecologia, ou se dirigir à própria Fase; a Ruca ainda não tem sede própria.
Aqui, aponto, resumidamente, três dos princípios que norteiam a iniciativa das hortas agroecológicas urbanas, e da própria Ruca, e que mais me chamaram a atenção:
- maior integração entre moradores das comunidades, através de inciativas solidárias, ajudando a romper a distância, a indiferença e até mesmo uma hostilidade, ou medo latente, que aos poucos vai se estabelecendo entre as pessoas nas grandes cidades, e que, no fundo, são sutilmente estimuladas por esse modo de vida consumista, individualista e competitivo.
- aproveitamento de espaços vazios e ociosos nas cidades, com o propósito de gerar o cultivo de alimentos saudáveis, baseado nos métodos da agricultura orgânica, e, em etapa posterior, promover até mesmo a geração de renda em comunidades mais carentes.
- resgate do saber popular referente a modos de plantio, de compostagem e fertilizantes naturais, e principalmente de preservação de sementes e mudas ancestrais, as chamadas sementes crioulas, que não passam por laboratórios e manipulações genéticas. E sabemos quanto de conhecimento popular (não somente na agricultura, mas na culinária, na medicina alternativa, no artesanato, na música de raiz) tem se perdido neste modelo de capitalismo obsoleto, doentio e em estado terminal, mas por isso mesmo cada vez mais alucinado e estúpido.
Para mim, foi uma grata surpresa tomar conhecimento dessa realidade das hortas urbanas, que, pode-se dizer, já não está mais num estágio inicial ou experimental, mas é, sim, uma realidade já consolidada em inúmeras cidades do país. Durante o curso, foi informado, inclusive, que São Paulo, Rio de Janeiro e principalmente Belo Horizonte são cidades num processo bem avançado de envolvimento das comunidades na implantação das hortas urbanas agroecológicas.
Na verdade, eu vinha tentando me animar a cultivar uma pequena horta no meu quintal. Mas algo despretensioso, talvez com poucas chances de ir em frente, já que minha experiência era quase zero no assunto; mais como oportunidade de exercício físico, e também essa espécie de libertadora e silenciosa terapia, que o contato com a terra e o mato nos oferece.
Claro que, depois do curso, eu me animei muito mais; na próxima postagem, inclusive, divulgo algumas fotos dos canteiros que terminamos de preparar, já no dia seguinte, aproveitando a folga da manhã de domingo. Por ora, seguem alguns registros do encontro de sábado.
Daniela Meirelles, na abertura do encontro
Vitor Taveira (segundo, da esquerda par a direita) um dos coordenadores,
a quem eu não via desde os tempos da construção do Raiz Cidadania
* Rede Urbana Capixaba de Agroecologia