Muito bom esse ciclo de debates inciado pelso participantes do ocupa BH.
Mostra o alto grau de amadurecimento, e de consciência da própria responsabilidade, que o movimento alcançou na capital das Minas. Também me chamou a atenção a percepção de como vivemos num tempo de urgências, o que só aumenta, de um lado, a responsabildade desse movimento e, de outro, as suas possibilidades de vitória.
Vitória, aqui, entendida no sentido de o movimento conseguir cumprir a sua principal tarefa neste primeiro momento, que é a de ajudar a despertar as pessoas exatamente para essas urgências e essas posssibilidades de mudança de rumos nas suas vidas e na história da humanidade. Seguem o realtório dos debates, extraído do blog do ocupa bh
debate 11/nov/11
Nesta sexta-feira o grupo reunido em assembléia sentiu a necessidade de canalizar melhor nossos esforços no sentido de construir conhecimento e sistematiza-lo. Entendemos que a preocupação de trazer as pessoas para o movimento e tão importante quanto a de fazer deste movimento um local de discussão e produção de idéias e práticas concretas. Concluímos que devemos estipular temas de discussão por tempo determinado, a serem debatidos cotidianamente na acampada e que, a cada debate, um dos participantes deve se responsabilizar pela sistematização do que foi falado e redigir um documento contendo as conclusões e questões relevantes que foram colocadas. Para isso, será muito importante a participação de um mediador e de um relator em cada reunião.
O primeiro tema que passa a ser objeto de deliberação será a leitura de cada ponto presente atualmente no manifesto Democracia Real Já e a consideração de sua aplicabilidade, clareza e coerência.
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Democracia e realidade
desdobramento do debate do dia 11/11
Na nossa longa lista de dificuldades, a verticalidade desponta no topo.
Mas será que este é um problema que só vem de cima para baixo? Vivemos em uma cultura patriarcal, assistencialista, autoritária. Estamos acostumados a esperar sentados que o governo tome todas as decisões e resolva todas as pendências, votamos de dois em dois anos e lavamos as mãos.
O Brasil não tem nem nunca teve uma cultura política – no real sentido da expressão, que passa longe da representatividade. Não nos ensinaram a nos unir para ajustarmos as divergências e tomarmos um curso de ação.
E quando, enfim, agimos, juntos, e ocupamos a praça, a descrença de cada um no seu próprio poder, como indivíduo e cidadão, e o analfabetismo político que nos impede de atingir mecanismos democráticos funcionais, leva a um vácuo de poder e a uma busca por líderes.
Na Praça da Assembleia, já amadurecemos a ideia de consenso, mas ainda engatinhamos para a realidade de uma democracia.
O mundo está mudando muito rápido e paira sobre nós uma urgência de resultados. Mas como vamos agir, se está tão evidente que antes é preciso unir e educar?
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