05/05/2009

sobre a gripe suína

Três textos que dão o que pensar sobre o súbito aparecimento da gripe suína, que, agora, a OMS decidiu que se chama Gripe A, obviamente por pressão das grandes corporações do agronegócio.
Leia também Ensaio para um horror futuro?

O primeiro texto foi postado pela professora Graça Lobino, na lista de discusssão do COLEDUC-ES, Coletivo Educador Ambietal de Vitória, ES.

Sabia que o virus da gripe das aves foi descoberto há mais de 10 anos, no Vietnã e que, desde então, morreram apenas 100 pessoas EM TODO O MUNDO , EM TODOS ESTES ANOS ? (acho que a edição saiu antes do que anda ocorrendo nos EUA)
Sabia que os norte-americanos foram os que alertaram sobre a eficácia do TAMIFLU como preventivo e que o TAMILFLU apenas alivia alguns sintomas da gripe comum?

Sabia que a sua eficácia perante a gripe comum está questionada por grande parte da comunidade científica? Sabia que o governo brasileiro divulgou que tem estoque do remédio TAMIFLU para atender a 9 milhões de pessoas?
Sabia que, perante um SUPOSTO virus mutante como o H5N1, o TAMIFLU apenas aliviará a doença? Sabia que quem comercializa o TAMIFLU É O LABORATÓRIO ROCHE (de origem Suíça, mas cuja fábrica nos EUA é uma das maiores do mundo)?

Sabia que quem comprou a patente do TAMIFLU em 1996, foi a GILEAD SCIENCES INC, e que o Presidente da GILEAD SCIENCES INC, hoje o seu principal acionista é DONALD RUMSFELD, ex Secretário da Defesa dos EUA?
Sabia que a base do TAMIFLU é o anís estrelado e que a ROCHE foi quem ficou com 90% da produção mundial desta planta?
Sabia que as vendas do TAMIFLU passaram de 254 milhões de dólares em 2004 para 1000 milhões em 2005? Dá pra imaginar quantos milhões mais pode ganhar a ROCHE nos próximos meses, se continuar o negócio do medo?

Ou seja, o resumo da história é o seguinte:
Os amigos da América do Norte decidem que um fármaco como o TAMIFLU é a solução para uma pandemia que ainda não aconteceu.Que este fármaco não cura nem a gripe comum.O virus não afecta o ser humano em condições normais.Rumsfeld vende a patente do TAMILFLU à ROCHE e esta lhe paga uma fortuna.ROCHE adquire 90% da produção do anís estrelado, base do antivírico.Os governos de todo o mundo ameaçam com uma pandemia e compram da ROCHE quantidades absurdas do produto.

O QUE ESTÁ REALMENTE ACONTENCENDO???

Continuamos com o artigo A gripe suína e o monstruoso poder da indústria pecuária (Carta Maior), de Mike Davis, professor da Universidade da Califórnia (bem perto de onde sutgiu o vírus), do qual publicamos somente a introdução.

Em 1965, havia nos EUA 53 milhões de porcos espalhados entre mais de um milhão de granjas. Hoje, 65 milhões de porcos concentram-se em 65 mil instalações. Isso significou passar das antiquadas pocilgas a gigantescos infernos fecais nos quais, entre esterco e sob um calor sufocante, prontos a intercambiar agentes patógenos à velocidade de um raio, amontoam-se dezenas de milhares de animais com sistemas imunológicos debilitados. Cientistas advertem sobre o perigo das granjas industriais: a contínua circulação de vírus nestes ambientes aumenta as oportunidades de aparição de novos vírus mais eficientes na transmissão entre humanos. A análise é de Mike Davis


Já o terceiro texto foi publicado na Agência Chasque, por Cristóvão Feil, sociólogo e editor do blogue Diário Gauche

Porto Alegre (RS) - Hoje vamos comentar sobre a gripe que a mídia chama de suína, mas que a rigor é a doença originada do agronegócio internacional. Por isso, que o nome que se dá a coisas, objetos, projetos, episódios e até a doenças é muito importante. Vejam o caso dessa epidemia mundial de gripe viral. Estão chamando-a de forma imprópria de gripe suína. Nada mais ideológico; nada mais acobertador da verdade. O vírus dessa gripe se originou da combinação de múltiplos pedaços de ADN humanos, aviários e suínos o resultado é o vírus oportunista que acomete animais e imunodeprimidos, preferencialmente porcos criados comercialmente em situações inadequadas, não-naturais, intensivas, massivas e fruto de cruzamento clonados e que se alimentam de rações de origem transgênica, vítimas de cargas extraordinárias de antibióticos, drogas do crescimento e bombas químicas visando a precocidade e o anabolismo animal.

Especulações científicas indicam que o vírus dessa gripe teve origem nas granjas Carroll, no estado mexicano de Vera Cruz. A granja de suínos pertence ao poderoso grupo norte-americano Smithfield Foods, cuja sede mundial fica no estado de Virginia, nos Estados Unidos. A Smithfield Foods detém as marcas de alimentos industriais como Butterball, Farmland, John Morrell, Armour (que já teve frigorífico no Rio Grande do Sul e na Argentina), e Patrick Cudahy. Trata-se da maior empresa de clonagem e criação de suínos do mundo, com filiais em toda a América do Norte, na Europa e também na China. Desse jeito, pode-se ver que não é possível continuar chamando a gripe de suíno, pois se trata de um vírus oportunista que apenas valeu-se de condições biológicas ótimas propiciadas pela grande indústria farmacêutica, a grande indústria que lida com engenharia biogenética, os oligopólios de alimentos e seus satélites de grãos e sementes.

Todos esses setores contribuíram, de uma certa forma, com uma parcela para criar essa pandemia mundial de gripe viral. O nome da gripe, portanto, não é suína, o nome da gripe é gripe do agronegócio internacional, que precisa responder judicialmente o quanto antes de forma urgente pela sua ganância e irresponsabilidade com a saúde pública mundial.

Aliás, é muito estranho que justo no momento em que dois grandes laboratórios farmacêuticos mundiais que estavam a beira da falência, refiro-me aos laboratórios Roche e Glaxo, surja essa epidemia de gripes. É muito estranho tudo isso uma vez que são os fabricantes de medicamento que combatem a gripe, embora de forma paliativa. Pois nestes últimos dias as ações em Bolsas desses laboratórios subiram de forma exponencial, salvando-os da falência. Especula-se que a Roche e a Glaxo tenham introduzido o vírus da gripe nos criatórios de suínos no México e nos Estados Unidos. Ora, com a ganância do grande capital tudo é possível.

Pensem nisso, enquanto eu me despeço. Até a próxima.

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